sábado, 22 de novembro de 2014

Dicionário Mágico

   O propósito deste pequeno glossário é esclarecer alguns termos que possam vir a ser utilizados frequentemente quando se trata de magia. Darei algumas explicações mas sem aprofundar muito nos assuntos, apenas a título de informação.


Amuleto: objetos geralmente utilizados no cotidiano, servem para afastar energias más, como uma forma de proteção. Podem ser anéis e colares, desde que consagrados com a intenção de proteção. Geralmente, então, serve para banir.

Arte: o nome deriva de "the Craft", em inglês, que é como as bruxas tradicionais costumam denominar suas práticas. Significa a Arte da Deusa, bruxaria em geral.

Athame: é um punhal ritualístico, de cabo preto e geralmente sua lâmina possui dois fios - que não precisam ser afiados, já que você só o utilizará para traçar o círculo mágico e para cortar energias, somente no ar. Ou seja, raramente é utilizado para cortar, já que para isso, há o boline. Pode ser feito de qualquer material, incluindo madeira, metal, porcelana, argila, etc.

Boline: o boline é uma faca, geralmente de lâmina arredondada como uma meia lua, de cabo branco. É similar ao athame, embora o boline tenha a finalidade específica de colher ervas, inscrever objetos e também de cortar o que for necessário - enquanto o athame tem uma finalidade mais ritualística. O boline não é usado para traçar o círculo mágico.

Carregar (magicamente): carregar magicamente é, após a purificação, colocar energias para determinado fim em um objeto. Você pode carregar lápis para estudos, amuletos, talismãs, poções, qualquer coisa, mas geralmente são objetos específicos.

Charm: é uma palavra em inglês que significa "encanto". Tem este nome pois geralmente ao confeccionarmos os charms, entoamos cânticos para que nossa intenção seja posta neste objeto. Charms são similares a amuletos e a talismãs, dependendo da finalidade.

Círculo mágico: é o círculo de poder que nos circunda quando praticamos um ritual ou algo. Traçamos o círculo mágico para proteção e também para reunir toda a energia que precisaremos naquela atividade mágica, banindo do círculo as que não convêm no momento. Pode ser traçado fisicamente, com flores ou pedras, como também pode ser apenas visualizado e sentido, em inúmeras formas. É o templo e o local sagrado para a prática de magia, independente de local ou da situação.

Consagração: consiste em indicar ao objeto ou utensílio para que ele servirá. Por exemplo, podemos consagrar uma vela colocando nossa energia nela e dizendo-na que servirá para atrair boa sorte para nossa vida. A consagração de objetos serve para imbuí-los de poder mágico, para que tenham a mesma energia que nós, e assim, nos sirvam sem influências de outras energias. Geralmente a consagração é feita após a purificação. É uma forma de carregar magicamente os utensílios e objetos.

Coven: é um grupo de bruxos que compartilham da mesma tradição. Tradicionalmente, é composto de até 13 bruxos, e ao haver excesso, formava-se um coventículo, ou clã menor, com os membros que excedem os 13. Os covens costumam compartilhar um Livro das Sombras e as mesmas crenças.

Dagyde: a famosa "boneca voodoo", embora não seja somente utilizada para finalidades de maldições. As dagydes provêm do hoodoo, um conjunto de práticas e tradições indígenas, e servem para cura, para trazer amor e prosperidade para uma pessoa, ou para a finalidade que for necessário.

Divinação: ato de visualizar o futuro. É feita através de oráculos - como as runas, o pêndulo ou o tarô -, ou por visualização de chamas de velas, scrying com espelhos ou o caldeirão repleto de água, borra de café, dentre diversas outras formas. A divinação não diz exatamente como será o futuro, apenas lhe dá uma prévia do que pode vir a acontecer, pois sabemos que o futuro é muito maleável, e todas as ações, por menores que sejam, influenciam nas situações que estão por vir.

Elixir: chá ou poção que não passou pelo processo de transformação. Geralmente é um chá gelado, no qual não houve a fervura da água, ou um vinho de especiarias, no qual apenas os ingredientes foram postos sem a necessidade de esquentar o vinho propriamente.

Encantamento: forma de ritual geralmente com cânticos ou poemas. É similar ao charm. Encantar algo é imbuir este algo com intenção e com nossa energia, a fim de atingirmos objetivos definidos pela intenção.

Esbath: celebrações das fases da Lua. Tradicionalmente, eram celebrados os Esbaths de Lua Cheia, mas todas as fases podem possuir uma celebração de Esbath, sendo então de acordo com sua prática pessoal, necessidade, ou coven.

Evocação: é o ato de convidar ou ofertar algo a uma deidade. Por exemplo, pode-se evocar Bastet ao convidá-la para o círculo mágico durante um ritual. Pode-se evocá-la também ao ofertar um pouco de leite e dizer: "Bastet, este leite é minha singela oferenda em honra às bênçãos que tens me dado em minha vida, é um agradecimento por seu amor e proteção". Isto é evocação, e difere de invocação.

Familiares: guardiões elementais que tomam a forma de animais, como por exemplo, gatos. Pode ser um animal doméstico, que você terá uma amizade muito forte e terá a mesma sintonia que você, ajudando e participando de sua proteção.

Feitiço: geralmente feito apenas com palavras, no máximo com apoio de velas e incensos, é uma forma de magia baseada apenas na intenção e na visualização do que você deseja acontecendo, através das palavras e da vontade.

Intenção: a intenção é o que você deseja alcançar com aquela atividade mágica. É utilizada junto com a visualização, para que você consiga dar uma finalidade específica ao ritual, talismã, feitiço ou objeto. Por exemplo, ao acendermos uma vela à Deusa, devemos nos concentrar e termos em mente que essa vela servirá para honrar e mostrar nosso amor à Deusa. Esta seria, no caso, a intenção: honrar e amar a Deusa com o simples ato de acender uma vela.

Invocação: ato de trazer pra dentro, convidar deidades para fazerem parte de seu círculo mágico, ou, em situações como no xamanismo, os elementos são invocados para falar pelo xamã.

Libação: ato de ofertar bebidas como honra aos Deuses ou a outros seres mágicos. A libação pode ser feita ao despejar líquido na terra, ou também por ofertar no altar e depois ingerir. É uma forma de oferenda.

Livro das Sombras: também conhecido como Grimório, é um livro pessoal que registra seus atos mágicos, seus aprendizados, cânticos, orações, poções, magias, encantamentos, e diversos outros conhecimentos que você acha importantes para sua vida mágica. Serve como apoio para quando você tiver dúvidas, como um retrato de tudo que você aprendeu e tudo que você praticou durante suas práticas. Você pode escrever as poções que fez, os sonhos que teve, os sinais que os Deuses lhe enviaram, meditações, como foi a celebração de cada Sabbath, como você acredita que podem ser celebrados, alfabetos mágicos, Esbaths, o que é o Deus e a Deusa para você, textos para seus Deuses de culto, dentre diversas outras coisas.

Mal: na magia, são energias que possam vir nos prejudicar. O mal é relativo, então, isto varia de pessoa para pessoa; geralmente fala-se em "energias más", pois elas nos prejudicarão, e para isto fazemos escudos e defesas mágicas, talismãs e amuletos.

Mão projetiva: é a mão com a qual escrevemos e fazemos grande parte das atividades manuais. É a mão que envia as energias para fora de nosso corpo, sendo então utilizada para imbuir objetos com nossa energia, para manusear o athame, traçar o círculo mágico, dentre outras atividades mágicas.

Mão receptiva: o oposto da mão projetiva, é a mão que recebemos as energias em nosso corpo. Pode ser usada para destraçar o círculo mágico, bem como é o foco das meditações de auto-conhecimento.

Oferenda: na forma de libação ou em diversas outras, é um dos caminhos para honrar os Deuses, elementais e seres mágicos. Pode ser com bebidas, alimentos, incensos, velas, cristais, orações, cânticos, cone de poder, meditação, artesanatos, atividades físicas, artesanatos, ou ainda com objetos específicos. É uma forma de agradecer e honrar os Deuses.

Pagão: era como chamava-se os povos pré-cristãos na Idade Média. Hoje, com o advento do neopaganismo, serve para denominar os que seguem estas religiões, como o druidismo, o asatrú, xamanismo, dentre outras crenças mágicas antigas. A Wicca é conhecida por ser uma forma de neopaganismo.

Poção: composto mágico que passa pelo processo de transformação, principalmente a fervura da água. É similar a um chá, embora seja encantado e carregado magicamente para atrair ou banir determinadas coisas. A escolha de ervas é extremamente cuidadosa e influencia no resultado final, bem como os cristais, sigilos, símbolos e runas, que são opcionais, também devem ser escolhidos de acordo com a intenção que teremos ao fabricar a poção, pois podem aumentar seu poder, ou fazer com que ela acabe se anulando e não funcione.

Polaridade: é a característica da oposição, das energias opostas que se complementam, como o Sagrado Feminino (Deusa) e o Sagrado Masculino (Deus). É representada em símbolos como o Yin Yang, por exemplo. É o que caracteriza o equilíbrio.

Purificação: ato de retirar energias que determinado objeto ou utensílio contenha, a fim de colocar neste utensílio as energias que precisamos ou queremos que ele possua. É uma forma de deixar o objeto completamente livre para que nossas energias fluam através dele, e também para que não traga maus agouros em nossa vida.

Ritual: pode servir para diversas finalidades, desde a confecção de amuletos e talismãs, até o culto mais elaborado a uma deidade. Rituais costumam ter diversos utensílios, como incensos e velas, e são estruturados de acordo com o que será feito, o que será usado, e para que servirá. Geralmente possuem a presença de uma deidade que será honrada, costumam ter oferendas ou libações a esta deidade no final. Rituais sempre são feitos dentro de um círculo mágico, na Wicca.

Sabbath: são oito festivais do ano, que celebram o mito da Roda do Ano - a vida do Deus e da Deusa, e também o passar das estações.

Talismã: objetos que servem para atrair determinadas energias ou situações para sua vida. Por exemplo, um talismã que atraia prosperidade, ou amor. Difere de amuleto pois não se restringe somente a proteção, serve para atrair.

Visualização: é quando conseguimos obter quase que tangível em nosso cérebro a intenção que queremos com alguma atividade. É imprescindível para que atinjamos objetivos na magia, e é utilizada mesmo nas coisas mais simples, como o traçado do círculo mágico.

Xamanismo: conjunto de práticas e crenças de diversas localidades ao redor do mundo: indígenas brasileiros, centro e norte-americanos, asiáticos, e até mesmo entre os nórdicos foram encontradas atividades de cunho xamânico. É uma tradição animista, que cultua a natureza, animais de poder, ancestrais, e principalmente, os quatro elementos. Os xamãs podem romper com o véu da realidade, tendo muita afinidade e poder com magia natural, cura e bênçãos.

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