quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Roda do Ano

O que é a Roda do Ano?


   Começando pelo básico, a Roda do Ano é, praticamente, o passar das estações e dos dias. Ela é intrinsecamente ligada aos Deuses, e reflete no culto a eles, dessa forma. São as fases da vida do Deus e da Deusa, e isto reflete em nosso cotidiano.
   Por este mesmo motivo, existem Sabbaths que são destinados a determinados rituais ou feitiços, e que tem uma energia muito mais forte para ser utilizada do que outros.
   Cultuar a Roda significa que agradecemos aos deuses pelas bênçãos, pelas colheitas em sua época, pelo calor, pela volta da luz, que somos gratos pelo ciclo de nascimento e morte da natureza ao nosso redor.
   É acompanhar a transição do frio para o calor, da morte para o renascimento, observar todos os nuances da vida refletidos ao nosso redor.

Como são organizados os Sabbaths?

 
   Os Sabbaths são divididos em oito, e também divididos em grandiosidade. Os quatro Sabbaths mais importantes para o culto Wicca são o Samhain, Beltane, Lammas/Lughnasadh e Imbolc. Logo, Mabon, Yule, Ostara e Litha, são os de menor importância.
   Os Sabbaths menores não deixam de ser extremamente importantes para nossa religião, embora não sejam de magnitude e de impacto tão poderosos quanto os quatro principais. O Mabon é cultuado pelo acontecimento do Equinócio de Outono; Yule, pelo Solstício de Inverno; Ostara pelo Equinócio de Primavera, e o Litha, pelo Solstício de Verão.

   Existem duas Rodas do Ano diferentes: a Roda do Ano do Hemisfério Norte, e a Roda do Ano do Hemisfério Sul. Isto acontece pois os Solstícios, Equinócios e estações são opostas em cada um dos Hemisférios.
   Quando o Hemisfério Sul está celebrando o Samhain, o Hemisfério Norte está celebrando o Beltane, por exemplo. Mas você não é obrigado a seguir a Roda do Ano do Hemisfério em que vive; é de sua liberdade cultuar a Roda que mais lhe agradar.
   Existe, também, uma forma de seguir a Roda do Ano no Hemisfério Sul, que é chamada de "Roda Mista". Na Roda Mista, cultuaríamos aqui, no Brasil, o Natal como Yule, ao invés de cultuá-lo como Litha. Esta forma de "rodar o ano" se deve por causa da egrégora* da festividade, que é muito cultuada aqui. Da mesma forma, isso acontece com a Páscoa, por exemplo. Mas não nos atrelaremos muito à Roda Mista.

*Egrégora: é a força que algum símbolo, pensamento ou desejo tem. Por exemplo, o Natal tem uma egrégora forte pois todos os que creem no Deus cristão e outros que apenas pela tradição, o cultuam. Vemos as ruas e shoppings lotados para a compra de presentes de Natal, que é uma das formas de cultuá-lo, e isto mostra a força da egrégora. Outro exemplo seria o do Super-Homem, que possui uma egrégora muito forte, pois é conhecido por muitas pessoas ao redor do mundo, e também pois é símbolo de lealdade, justiça, proteção.

   As datas da Roda do Ano são:

Hemisfério Norte

Imbolc - 1 de Fevereiro
Ostara - de 21 a 23 de Março
Beltane - 1 de Maio
Litha - de 21 a 23 de Junho
Lammas/Lughnasadh - 1 de Agosto
Mabon - de 21 a 23 de Setembro
Samhain - 31 de Outubro
Yule - de 21 a 23 de Dezembro

Hemisfério Sul

Lammas/Lughnasadh - 2 de Fevereiro
Mabon - de 21 a 23 de Março 
Samhain - 1 de Maio
Yule - de 21 a 23 de Junho
Imbolc - 30 de Julho
Ostara - de 21 a 23 de Setembro
Beltane - 31 de Outubro
Litha - de 21 a 23 de Dezembro

O Mito da Roda do Ano

   A história da Deusa e do Deus sobre os Sabbaths é cíclica e repete-se a cada ano. Não existe um ponto de partida nesta história, ou seja, ela está acontecendo desde sempre e até sempre. Cada Sabbath é uma parte de suas vidas, que brevemente pode ser resumida assim:
   Beltane é o casamento da Deusa Donzela e do Deus Cornífero, jovens e apaixonados;
   Litha é quando o Deus Cornífero prepara-se para partir em busca de Summerland, o submundo, mas ainda está junto de sua amada;
   Lammas, é quando se comemora a primeira colheita do ano, e o Deus já está no submundo desde a metade do sabbath anterior;
   Mabon é o segundo Sabbath de colheita, onde o Deus passa a enfraquecer e sentimos isso no encerramento lento das plantações, no frio se aproximando e nas noites se tornando mais longas;
   No Samhain, o Deus, na face Senhor das Sombras, morre, e volta ao útero da Deusa, que havia sido fertilizado por ele entre o Ostara e o Beltane - e este é o último dos Sabbaths de colheita, onde os últimos frutos são colhidos e a terra adormece com os animais;
   No acontecimento do Yule, a Deusa está na face Mãe e o Deus renasce de seu ventre;
   Imbolc é a recuperação da Deusa após o parto e a volta das luzes;
   Finalmente, no Ostara, o Deus e a Deusa se apaixonam e deixam de ser mãe e filho para serem Deusa Donzela e Deus Cornífero, onde se casarão no Beltane - e assim a Roda do Ano continua girando.

   Cada Sabbath possui suas próprias formas de ser comemorado, com diferentes cores ou artefatos, e formas diversas de organizar seu altar. Nos três festivais de colheita, geralmente se adorna o altar com frutos e alimentos, provenientes de sua estação. No Imbolc, é costume distribuir velas por entre a casa, para demonstrar o retorno das luzes para a Terra. No Ostara, fazem-se ovos coloridos e ricamente desenhados para enfeitar o altar, representando a fertilidade da Deusa e a virilidade do Deus deste período.
 
   Ou seja, faz-se uma preparação bastante antecipada para comemorar os Sabbaths; como já foi comentado, são eventos importantíssimos para qualquer bruxo, por serem ligações diretas com o Deus e com Deusa.
   Alguns deuses específicos são cultuados em alguns destes Sabbaths, como o deus celta Lugh no Lammas/Lughnasadh (que algumas vezes leva este último nome exatamente por este deus). Você pode celebrar os Sabbaths com os deuses que possuem aspectos da face da Deusa e/ou do Deus naquele momento - por exemplo, convidar Core (face de Perséfone antes de partir ao submundo) para sua celebração do Ostara, um Sabbath de fertilidade.
   Ainda assim, não é obrigatório que você cultue Eostre no acontecimento do Ostara, ou Lugh no Lammas, ou ainda Brigit no Imbolc. Essas divindades eram cultuadas especificamente, e podem ainda ser honradas, mas não necessariamente. Faz-se uma homenagem aos mesmos, mas convide para seu círculo mágico na celebração apenas os que você realmente tem vontade de cultuar, seja porque são seus deuses mais próximos, ou pois tem interesse nos mesmos.
   Cada bruxo, com o tempo, compreende sua forma de fazer seus rituais, seja com música e dança, com um banquete bem preparado para ofertar aos deuses e cear com eles, ou com uma longa meditação em seu altar. São comemorações muito individuais, e onde você demonstra sua gratidão aos deuses, ou faz pedidos para enfrentar os dias mais difíceis. São a sua forma mais pura de conectar-se ao Deus e à Deusa, e de fazer parte deles tanto quanto eles fazem parte de você.

5 comentários:

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  5. Estou amando seu blog e estou usando ele como uma grande base para meu grimório, estava tão dificil achar um blog de uma bruxa natural, feliz em ter encontrado o seu, irmã, em breve o Litha se aproxima, então já desejo um feliz Litha para ti!

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